Sócrates pedia "fotocópias" para se referir a dinheiro

Procurador tenta desmontar a tese dos empréstimos pessoais entre antigo primeiro ministro e o seu amigo Carlos Santos Silva. Advogado diz que alegação será contraditada
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Empréstimos pessoais de Carlos Santos Silva a José Sócrates, tal como alegou a defesa do antigo primeiro-ministro? Não, garante o procurador Rosário Teixeira, na resposta aos recursos dos dois arguidos presos preventivamente na "Operação Marquês". Se assim fosse, sustentou o o procurador, recorrendo às escutas telefónicas do processo, não havia necessidade de o antigo primeiro-ministro e o amigo utilizarem linguagem cifrada nas conversas telefónicas quando o assunto era dinheiro. E exemplificou, dizendo que os arguidos falavam, por exemplo, em "fotocópias" para se referirem aos montantes que circulavam de um lado para o outro.

Além das "fotocópias", segundo informações recolhidas pelo DN, o procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) também deu exemplos de outras expressões que os arguidos terão utilizado ao telefone para não mencionarem diretamente o assunto do dinheiro. Aliás, na resposta aos recursos, Rosário Teixeira afirma existirem, para além das escutas, vigilâncias, eventualmente ao motorista João Perna, que mostram como o dinheiro circulava de forma encapotada e não "às claras" se fosse, apenas e só, uma sucessão de empréstimos pessoais. Ao DN, João Araújo, advogado de Sócrates, apenas declarou: "Não tenho comentários a fazer. Tudo o que é alegado pode e deve ser contraditado. É um princípio do processo penal".

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